Eletromobilidade

Curitiba avalia projetos de ônibus elétricos no Brasil e exterior para o Novo Inter II e Leste-Oeste 5i2d59

Curitiba e BID avaliam modelos de operação de ônibus elétricos. - Na imagem, o vice-prefeito Eduardo Pimentel, na abertura da reunião. Foto: Isabella Mayer/SMCS

Foram analisados em evento nesta quinta-feira (06) modelos de negócio de sistemas de transporte com ônibus elétricos em operação no Chile, na Colômbia e em implantação em São Paulo e São José dos Campos

ADAMO BAZANI

A prefeitura de Curitiba e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) realizaram nesta quinta-feira, 06 de maio de 2021, um workshop de avaliação de modelos de negócio de sistemas de transporte com ônibus elétricos em operação no Chile e na Colômbia e em implantação na cidade de São Paulo e em São José dos Campos, interior paulista.

Características destes projetos e operações poderão ser aproveitar num plano de modernização do transporte de Curitiba, com a inclusão de ônibus elétricos, previstos nos projetos do Novo Inter 2 e do corredor Leste-Oeste.

A eletromobilidade em ônibus também visa atender a meta da cidade de buscar a neutralidade de carbono até 2050, estabelecida no Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas (PlanClima).

SÃO PAULO:

Como mostrou o Diário do Transporte, a cidade de São Paulo possui uma alteração da Lei de Mudanças Climáticas em 2018 que determina que até 2028, as reduções de CO2 (gás carbônico) devem ser de 50% e de 100% até 2038. Já as reduções de MP (materiais particulados) devem ser de 90% até 2028 e de 95% até 2038. As emissões de Óxidos de Nitrogênio devem ser reduzidas em 80% até 2028 e em 95% até 2038.

Relembre:

/2018/01/18/doria-aprova-alteracao-da-lei-de-mudancas-climaticas-mas-veta-inspecao-veicular/

Nos contratos com as empresas de ônibus da cidade de São Paulo, assinados em setembro de 2019, há previsões de reduções graduais de emissões, mas como também revelou o Diário do Transporte, por causa da pandemia de covid-19, que reduziu a demanda das empresas de ônibus,  os prazos para renovação de frota foram ampliados.

Por meio de portaria de 24 de março de 2020, a SMT – Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes mudou ou suspendeu uma série de exigências às empresas de ônibus, além de alterar multas às viações e pontos da remuneração.

A idade média dos ônibus na cidade foi elevada dos atuais cinco anos previstos em contrato para sete anos até 30 de abril de 2022.

Foi definido um novo cronograma de substituição de ônibus:

De forma excepcional, o cronograma de renovação dos veículos fica estendido para:

  1. a) até 31 de dezembro de 2020, para aqueles que deveriam ser baixados até 30 de junho de 2020;
  2. b) até 31 de agosto de 2021, para aqueles que deveriam ser baixados até 31 de dezembro de 2020;
  3. c) até 30 de abril de 2022, para aqueles que deveriam ser baixados até 31 de dezembro de 2021.

Relembre:

/2020/09/03/estudos-para-implantacao-de-nova-rede-de-onibus-em-sao-paulo-serao-retomados-apos-pandemia-diz-sptrans/

A capital paulista possui uma frota municipal com mais de 13 mil ônibus, dos quais apenas 18 elétricos à bateria e 200 trólebus.

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS:

A cidade de São José dos Campos (SP) anunciou a construção do Corredor Verde, um projeto que chamou de VLP (Veículo Leve sobre Pneus) com ônibus de 22 metros 100% elétricos.

O projeto está inserido na concessão dos transportes da cidade com o sistema sendo colocado no lote 01 de operações.

A concessionária do Lote 1 vai assumir os custos de operação, incluindo manutenção do material rodante e energia, quando o trecho Sul da Linha Verde estiver pronto para operação.

Porém, a infraestrutura e a compra destes ônibus, chamados pelo poder público de VLP (Veículos Leves sobre Pneus), são investimentos da prefeitura.

Serão 12 ônibus em operação.

Ao todo, serão 25 quilômetros da Linha Verde, do bairro ao centro e do centro ao bairro. A autonomia de cada ônibus é de 250 quilômetros. O intervalo entre os ônibus nos horários de pico será de cinco a seis minutos.

/2021/03/09/sao-jose-dos-campos-sp-apresenta-vlp-com-tecnologia-de-biosseguranca/

O corredor Linha Verde, considerado a principal obra de mobilidade da cidade, terá numa primeira etapa, 14,5 quilômetros, e vai ligar as regiões sul e leste, consideradas as mais populosas, ando pelo centro da cidade.

Os ônibus articulados terão quatro motores ligados aos eixos, com potência máxima de 201 cv cada e potência nominal de 148 cv cada motor. Os ônibus terão tempo de recarga média de até três horas (de 0% a 100).

O chassi possui coluna de direção regulável, regulagem de altura do chassi, ajoelhamento bilateral, sistema antichamas, tacógrafo digital, rodas de alumínio e suspensão pneumática integral.

Como mostrou o Diário do Transporte em 29 de abril, a prefeitura assinou o contrato de fornecimento dos veículos para o sistema. Na ocasião, o poder público havia informado que os 12 veículos custaram R$ 34,732 milhões, sendo que R$ 9,2 milhões provenientes da outorga do serviço de concessão da zona azul.

No mesmo dia, a prefeitura também assinou contrato com o Consórcio Projeto Linha Verde, formado pelas empresas Compec Galasso e Geosonda, que serão responsáveis pelas obras da primeira fase do projeto, que terá início na Estrada do Imperador (região sul) até o Terminal Intermunicipal (região central).

O contrato tem valor de R$ 55,832 milhões, sendo R$ 30 milhões de aporte do governo estadual, segundo a prefeitura.

O sistema será classificado como TRM (Transporte Rápido de Massa) e vai contemplar um “eixo sustentável” de 75 mil metros quadrados que e inclui, além do corredor expresso para os ônibus, quatro praças ao longo do trajeto.

Das áreas remanescentes, 5% serão destinadas à habitação de interesse social, beneficiando quem mais precisa, segundo a prefeitura.

A istração de São José dos Campos promete a criação de um sistema integrado pelo qual o ageiro use o VLP e os demais ônibus pagando uma tarifa única por sentido.

Relembre:

/2020/11/13/byd-e-marcopolo-concluem-o-primeiro-onibus-100-eletrico-de-22-metros-do-pais-para-sao-jose-dos-campos-sp/

COLÔMBIA E CHILE:

Participou do evento o consultor em transporte Carlos Bueno que apresentou detalhes dos sistemas em funcionamento nas cidades de Bogotá, na Colômbia, e Santiago do Chile.

Em Bogotá, foram colocados em operação, em 2019, 379 ônibus elétricos no sistema Transmilênio. A cidade estabeleceu como meta a circulação de ônibus com zero emissões até 2022.

Segundo Bueno, na modelagem do sistema colombiano foram levados em conta os riscos e definidos mecanismos de mitigação relacionados à vida útil das baterias, implantação de infraestrutura e responsabilidade pela manutenção e protocolos contratuais sobre a operação e renovação da frota.

Como mostrou o Diário do Transporte, em evento promovido pela Prefeitura de São Paulo, no dia 05 de maio de 2021,o subsecretario de Política de Movilidad de Bogotá, Juan Esteban Martínez Ruiz, disse que a cidade planeja comprar apenas articulados elétricos em renovação de frota do Transmilênio a partir de 2022.

Relembre:

/2021/05/05/bogota-planeja-comprar-apenas-articulados-eletricos-em-renovacao-de-frota-do-transmilenio-a-partir-de-2022/

De acordo com a prefeitura, o representante da empresa Metbus, concessionária de Transporte de Santiago do Chile, Hector Moya, ressaltou que o modelo chileno foi implantado em parceria público-privada. “Sem aliança com empresa privada é impossível implantar a eletromobilidade no transporte público”, disse.

Segundo ele, há hoje 770 ônibus elétricos em operação na capital chilena. Nas linhas atendidas pela Metbus o carregamento dos veículos é feito em sete terminais elétricos com 232 carregadores e potência somada de 18.120 KW.

Além de Bueno e Moya, fizeram apresentações dos sistemas se ônibus elétricos em operação e em projeto, o secretário de Mobilidade Urbana de São Jose dos Campos, Paulo Guimarães e o superintendente da SPTrans, Simão Saura.

O especialista do BID, Juan Paredes, ressaltou que a instituição é parceira na definição de estratégias de implantação de tecnologias de eletrificação do transporte de forma sustentável.

“Temos trabalhado com financiamento de sistemas de ônibus elétricos há mais de dez anos, com investimentos institucionais no transporte público”, disse.

Paredes ressaltou os benefícios da evolução dos sistemas de transporte. Ele listou o risco da adoção tardia da tecnologia, que pode gerar o dumping tecnológico, e a necessidade da promoção do uso de energias renováveis para não sobrecarregar as redes existentes, bem como a necessidade do bom planejamento urbano.

“A orientação do prefeito Rafael Greca é a de fortalecer a nossa cidade como protagonista em sustentabilidade e inovação. Isso envolve também a mobilidade urbana com um sistema de transporte moderno, mais eficiente e com menos emissões”, afirmou o vice-prefeito Eduardo Pimentel, na abertura da reunião, segundo nota da prefeitura de Curitiba.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Deixe uma respostaCancelar resposta 5v5f59

Descubra mais sobre Diário do Transporte 686n4t

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter o ao arquivo completo.

Continue reading