Não são apenas elétricos a bateria: Estudo da ANTP mostra outras alternativas para a implantação de ônibus de baixas emissões no país 1t3xu

Como diminuir a poluição transporte público urbano?

“Rotas Tecnológicas de Descarbonização do Transporte Coletivo no Brasil” mostra que há diversas possibilidades, mais simples e baratas, para reduzir a poluição ambiental 

ALEXANDRE PELEGI

O processo de descarbonização do transporte coletivo urbano no Brasil caminha lentamente, mediante iniciativas locais não coordenadas e apoiadas por uma política consistente de longo prazo, de âmbito nacional.

A partir desta constatação nasceu o estudo da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), direcionado principalmente a auxiliar profissionais, gestores, formuladores de políticas e tomadores de decisão do Transporte Público, no entendimento mais apurado do contexto nacional e internacional das mudanças climáticas, das tecnologias e rotas de descarbonização dos transportes disponíveis e em
desenvolvimento no mercado brasileiro e internacional.

Como um gestor público pode implementar um programa de transporte coletivo que garanta um processo de descarbonização eficaz?

De maneira didática o novo Caderno Técnico da ANTP, Rotas Tecnológicas de Descarbonização do Transporte Coletivo no Brasil (faça o : https://l1nq.com/ReBV4), traz não uma resposta única e definitiva, mas uma série de informações elaboradas para permitir a construção de um processo consistente e perene de decisão, baseado essencialmente na diversidade tecnológica e energética.

As rotas estudadas am pelos Ônibus diesel Euro 6 (Proconve P8) e essa tipologia com adição de biodiesel e com adição de HVO (Diesel Verde) ou HVO puro. O estudo inclui ainda o ônibus a etanol aditivado – a experiência sueca e a brasileira; a conversão de motores diesel para gás; o ônibus com motor dedicado a gás natural e a transição para uso de biometano renovável.

O trabalho aborda também o ônibus movido a hidrogênio e a analisa o cenário atual do hidrogênio verde no Brasil.

O ônibus elétrico a bateria aliado às tecnologias de baterias para ônibus urbanos elétricos, tem outro capítulo dedicado, assim como os ônibus híbridos e os Trólebus.

Para decidir é preciso conhecer, e conhecendo é preciso planejar. Tomar decisões amparado por dados coletados junto às melhores fontes, sejam especialistas, acadêmicos, fabricantes ou gestores, ou ainda com base em pesquisas ancoradas em experiências, testes e análises exitosas, é a maneira mais efetiva de se mitigar erros e otimizar resultados.

O Diário do Transporte teve o em primeira mão ao Caderno Técnico (CT), que vem a público neste 06 agosto de 2024, primeiro dia da Lat.Bus.

O documento teve sua semente lançada há exatos dois anos, com o lançamento da “Carta ao Brasil – Transporte por ônibus precisa, com urgência, de uma política nacional sustentável de baixa emissões” (clique para ler: https://encr.pw/LKjNi), resultado de uma ação coordenada pela ANTP. De lá até hoje a associação atuou na construção de um documento que reunisse dados e construísse um amplo que espelhasse o que há de mais atual no mundo quando o assunto é a implementação de ônibus de baixas emissões em todo território nacional”, diz Luiz Carlos Mantovani Néspoli (Branco), superintendente da associação .

O que o CT mostra é que não há resposta única quando o problema da poluição gerada pelo transporte coletivo depende de uma série de fatores, que mudam conforme a disponibilidade de recursos, cidade e região“, pontua Branco.

E prova que se o objetivo é reduzir emissões de poluentes locais e gases do efeito estufa (GEE), não há que ficar preso a uma única tecnologia, mas entender que a conjugação de várias delas – com resultados ambientais comparáveis – pode trazer respostas rápidas e mais simples, e a um custo compatível com os apertados orçamentos públicos.

Dessa forma, uma política nacional de baixas emissões de poluentes locais tóxicos, ruído e de gases do efeito estufa (GEE) no transporte coletivo urbano, que respeite as características diversificadas do cenário conjuntural brasileiro, e as possibilidades econômicas e sociais existentes, poderá atrair os meios necessários para alcançar os benefícios ambientais, de saúde pública e climáticos almejados, bem como resultar no fortalecimento da competente indústria brasileira de combustíveis e ônibus urbanos, e das respectivas cadeias de produção”, diz o documento.

Elaborado pela Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da ANTP, sob a coordenação geral do Eng. Luiz Carlos Mantovani Néspoli, o Branco, e relatoria do Eng. Olimpio Alvares, Secretário Executivo da Comissão, o Caderno Técnico tem o condão de despertar dúvidas, questionar certezas e abrir caminhos diversos.

Para este fim, contou com a essencial colaboração, por meio de entrevistas e disponibilização de informações atualizadas, de um amplo e seleto grupo de especialistas e representantes comerciais da indústria brasileira de ônibus, equipamentos e de seus importadores, associações relacionadas com o transporte público de ageiros e insumos energéticos, gestores públicos de transporte urbano, operadores de frotas, membros da academia e da consultoria especializada, entre outros protagonistas envolvidos direta e indiretamente com o esforço nacional de implementação de ônibus urbanos dotados de tecnologias sustentáveis.

Ou seja: gente da área, que vive cada qual em seu nicho o dilema de responder à mesma pergunta dia após o dia – como implementar um transporte coletivo sustentável em minha cidade e região? Com visões e conhecimentos diferentes, todos contribuíram para a construção de um amplo de possibilidades do que fazer, de como fazer, de quanto custa fazer e, principalmente, dos riscos que o meio urbano corre do “não fazer”.

O leitor do Caderno Técnico tem a seus dispor, logo de saída, um cuidadoso trabalho de compilação de dados, informações e resultados essenciais para a construção de qualquer política de médio e longo prazo. A pesquisa está feita, e a resposta para muitas perguntas já existem, muitas desconhecidas por quem vive na pressão diária e não dispõe de oportunidade para aprofundar-se em pesquisas.

“O resultado final e esperado é jogar luz no problema, e mostrar que, ao contrário do que podemos imaginar, há muitas alternativas viáveis e (re)conhecidas para garantir uma transição segura para um meio urbano mais saudável”, ressalta Olimpio Alvares.

Em tempo: o CT “Rotas Tecnológicas de Descarbonização do Transporte Coletivo no Brasil é mais um volume da “Série Cadernos Técnicos da ANTP“. Ele pode ser lido em meio digital no site da ANTP, com disponível pelo link: https://files.antp.org.br/2024/7/22/caderno-tecnico-29–rotas-tecnologidas-de-descarbonizacao-para-transporte-publico.pdf.

A edição impressa do CT será distribuída na LatBus, de 06 a 08 de agosto.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários 372s54

  1. Rodrigo Zika disse:

    É isso que se espera, mas as empresas já tem preguiça de abandonar o diesel, imagina outras tecnologias além do elétrico.

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