São Paulo terá mais 200 ônibus elétricos de marcas chinesas que podem ou não ser fabricados no Brasil. Balanço da viagem de Nunes à Ásia destaca US$ 100 milhões do governo chinês 61w61
Publicado em: 2 de maio de 2025 4qgd

Outro aspecto que prefeitura enfatizou foi tecnologia de recarga que reduz dependência da ENEL, como havia noticiado o Diário do Transporte
ADAMO BAZANI
A cidade de São Paulo terá mais ônibus de marcas chinesas em circulação com os US$ 100 milhões negociados pelo prefeito Ricardo Nunes com o Governo da China em sua viagem à Ásia que ocorreu entre os dias 23 e 30 de abril de 2025. Levando em conta que o dólar está cotado a R$ 5,68 e que o valor de um ônibus elétrico varia entre R$ 2,3 milhões e R$ 3,5 milhões, dependendo do porte e da configuração, o dinheiro dá para comprar em torno de 200 coletivos.
Estes veículos podem ser produzidos no Brasil, mas não é uma condição do financiamento. Assim, poderá haver importação direta, desde que a marca seja chinesa.
Em balanço da ida de Nunes à China e, posteriormente, ao Japão, divulgado nesta quinta-feira, 1º de maio de 2025, a prefeitura de São Paulo diz que os ônibus “podem ser fabricados no Brasil”, mas não necessariamente.
Em entrevista exclusiva ao Diário do Transporte por telefone, diretamente da China no dia 23 de abril de 2025, o prefeito Ricardo Nunes diz que não há problema da exigência proposta pelo governo chinês e aceita pela istração paulistana.
Relembre:
A istração municipal ainda destacou que o negócio é vantajoso, uma vez que as taxas de juros seriam menores que outras instituições de financiamento, inclusive internacionais.
Nunes fechou uma linha de crédito de US$ 100 milhões com o Banco da China para aquisição de mais ônibus elétricos para o sistema municipal de transporte e deu mais um o importante para a eletrificação da frota e redução de emissão de poluentes na atmosfera. Esse recurso será utilizado para financiar ônibus elétricos de empresas chinesas, que podem ser fabricados no Brasil. De acordo com o prefeito, a negociação é satisfatória porque a taxa de juros é bem menor do que a normalmente praticada no mercado, inclusive do que dos outros bancos internacionais e o parcelamento será feito em 10 anos. – diz o balanço divulgado neste 1º de maio de 2025.
Este tipo de condição de financiamento, com preferência ou obrigatoriedade a marcas originárias do País que libera o recurso, segundo ainda a istração Nunes, é comum em contratos envolvendo bancos oficiais de fomento.
O próprio BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no Brasil, traz condições semelhantes em negociações entre fabricantes instalados aqui e governos e empresas fora do País, inclusive, com financiamento de exportações de ônibus brasileiros. Exemplos são as modalidades BNDES Exim Pré-embarque, que financia a produção de bens (incluindo ônibus) por empresas brasileiras que serão exportados; e a BNDES Exim Pós-embarque, que financia a comercialização de bens brasileiros no exterior, antecipando o pagamento à empresa exportadora.
MENOR DEPENDÊNCIA DA ENEL PARA AS GARAGENS DE ÔNIBUS
Outro destaque relacionado à mobilidade no balanço divulgado nesta quinta-feira, 1º de maio de 2025, o Diário do Transporte também antecipou na entrevista com o prefeito Ricardo Nunes no dia 23 de abril de 2025 e trouxe mais detalhes técnicos em reportagem de 29 de abril de 2025.
É o sistema de recarga de baterias que promete deixar as garagens de ônibus menos dependentes da distribuidora ENEL, acusada pelas viações e pela prefeitura de não fazer as adequações necessárias de infraestrutura, o que seria o principal motivo de a meta de eletrificação da frota não ser alcançada e de haver dezenas coletivos parados nos pátios das empresas porque não conseguem carregar.
Fabricada pela empresa Huawei, da China, que foi visitada pelo prefeito na viagem oficial, a tecnologia se assemelha a No-breaks que reservam energia nas garagens para casos de apagão e também para quando os ônibus chegarem aos pátios já terem um sistema de carregamento e eletricidade disponível.
A menor dependência da ENEL se dá por dois fatores principais, de acordo com o que foi apresentado para a prefeitura.
- Não é necessário aumentar a tensão da rede de distribuição de forma geral. Hoje, a maior parte da cidade de São Paulo é servida por rede de baixa tensão, que não dá conta de 50 ou mais ônibus carregando ao mesmo tempo, número que cai para 30 se forem articulados. As redes deveriam ser convertidas para média ou alta tensão. Como a energia seria armazenada antes, seria possível ir captando gradativamente e evitar recargas de frotas ao mesmo tempo com a eletricidade chegando da rua direto. Assim, a baixa tensão poderia ser uma opção.
- Seria possível comprar energia no mercado livre e não necessariamente da ENEL. A Huawei, da China, fabricante do sistema, inclusive se dispôs a não cobrar pelos equipamentos e instalações nas garagens de ônibus, mas seria responsável por comercializar a energia.
O sistema feito pela Huawei já é testado pela garagem da empresa A2 Transportes, que opera na zona Sul da cidade de São Paulo.
O Diário do Transporte enviou uma série de questões à empresa de ônibus, que ainda não concluiu os testes, mas se mostrou preliminarmente satisfeita com o funcionamento, muito embora, foram apontadas limitações ainda em relação à quantidade de coletivos em carregamento simultâneo. Os equipamentos instalados na A2, até por serem testes, não são os de maior capacidade desta tecnologia.
Veja os detalhes quanto a potência, tipo de corrente, tensão, quantidade de ônibus atendidos e tempo de recarga das baterias dos equipamentos da garagem da A2 neste link: /2025/04/29/entenda-saiba-mais-do-sistemaque-nunes-foi-conhecer-na-china-e-promete-reduzir-dependencia-da-enel-para-os-onibus-eletricos-de-sao-paulo-video-e-detalhes/
VEJA O BALANÇO COMPLETO DA VIAGEM DIVULGADO PELA PREFEITURA DE SÃO PAULO:
Prefeito de São Paulo encerra missão oficial à Ásia após firmar parcerias e constatar avanços em sustentabilidade
O prefeito Ricardo Nunes encerrou nesta quarta-feira (30) sua missão oficial à China e ao Japão, em que buscou fortalecer relações diplomáticas, explorar tecnologias inovadoras e constatar que São Paulo está no caminho correto no que diz respeito à sustentabilidade. Entre os destaques da viagem oficial, estão o início das tratativas para implementar em São Paulo um sistema inovador para o carregamento de ônibus elétricos e a captação de uma linha de crédito de US$ 100 milhões com o Banco da China para a eletrificação da frota. O prefeito ainda se encontrou com importantes representantes dos governos chinês e japonês, incluindo a governadora da Região Metropolitana de Tóquio, Yuriko Koike.
Em sua última agenda oficial desta missão internacional, nesta quarta-feira (30), Ricardo Nunes recebeu uma sinalização positiva da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) sobre os projetos apresentados pela Prefeitura de São Paulo, como os de combate a enchentes, do Complexo Viário Roberto Marinho, o VLT no Centro da cidade e a parceria público-privada Esplanada da Liberdade. Haverá uma nova reunião em São Paulo para detalhamento dos projetos, em especial os de drenagem urbana, prevenção a alagamentos e intervenções em áreas de risco.
“Estamos todos aqui empenhados em trabalhar para avançarmos muito mais e contamos muito com a parceria, com essa relação Japão-São Paulo, Tóquio-São Paulo, para que a nossa istração seja ainda melhor”, declarou o prefeito Ricardo Nunes.
Na missão oficial, o prefeito cumpriu uma intensa agenda para a troca de experiências com relação a soluções baseadas no que há de mais avançado em tecnologia nas áreas de segurança, mobilidade, sustentabilidade e empreendedorismo e qualificação para o mercado de trabalho para jovens.
Além disso, o prefeito demonstrou a governantes e empresários a importância da cidade de São Paulo como potencial de investimentos e polo de desenvolvimento tecnológico. O vice-prefeito, Mello Araújo, assumiu a Prefeitura nesse período.
Veja o resumo das principais agendas do prefeito e clique nos links para ler os releses de cada compromisso oficial:
Projetos de São Paulo apresentados à Agência de Cooperação Internacional do Japão
Em seu último compromisso na viagem oficial ao Japão, nesta quarta-feira (30), o prefeito Ricardo Nunes apresentou à vice-presidente sênior da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), Imoto Sachiko, em Tóquio, uma série de projetos da Prefeitura de São Paulo, entre eles, o Complexo Viário Roberto Marinho, o VLT no Centro da cidade e a parceria público-privada Esplanada da Liberdade, um projeto temático nesse que é conhecido como o bairro japonês da capital paulista. Será marcada uma nova reunião com a representação da JICA em São Paulo para detalhamento dos projetos, em especial os de drenagem urbana, prevenção a alagamentos e intervenções em áreas de risco.
Reunião com Vice-Ministra Parlamentar de Negócios Estrangeiros do Japão
Em reunião na manhã desta quarta-feira (30) com a Vice-Ministra Parlamentar do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão (MOFA), Eiri Arfia, o prefeito Ricardo Nunes debateu temas de interesse mútuo e fortaleceu as relações diplomáticas entre a cidade de São Paulo e o Japão. Neste ano, é comemorado o 130º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. “Hoje tivemos uma reunião com a primeira vice-ministra, Eire Arfia, aqui do Japão, com a nossa comitiva. Ela, hoje aqui no Japão e, no mundo, é uma figura proeminente, que tem se destacado bastante. É muito importante esse diálogo de São Paulo com a Vice-Ministra Eire Arfia”, afirmou o prefeito sobre a importância do encontro com Eire Arfia. Nunes está em missão oficial no Japão até esta quinta-feira (1º).
Visita ao Centro de Incineração Suginami
Nunes visitou o Centro de Incineração Suginami em Tóquio e constatou que São Paulo está à frente da capital do Japão no uso de energia limpa para o abastecimento dos caminhões de coleta de resíduos. Enquanto Tóquio ainda utiliza óleo diesel, São Paulo já utiliza biometano e gás natural em 22 caminhões e 27 carretas. O prefeito destacou a ausência de odores na usina, que recebe 500 toneladas de lixo por dia e da eficiência do sistema, que reduz o volume do lixo em 80% após a incineração. A energia produzida pela usina abastece 60 mil residências. Essa energia é gerada a partir do processamento de 500 mil quilos de lixo coletados de 200 mil domicílios.
Reunião com a governadora de Tóquio
Nunes e a governadora Yuriko Koike reafirmaram a importância da parceria entre as duas cidades, discutindo desafios comuns como alta densidade populacional e compartilhando experiências em mobilidade urbana e sustentabilidade.
Expo Osaka 2025
O prefeito também participou da Expo Osaka 2025, uma feira internacional que reúne 158 países. Ele enfatizou a relevância da sustentabilidade e da conexão global para São Paulo.
Visita a Osaka
Em sua primeira agenda oficial no Japão, na manhã deste sábado (26), o prefeito Ricardo Nunes se encontrou com o chefe do Executivo de Osaka, cidade-irmã de São Paulo, Hideyuki Yokoyama, para discutir avanços sobre tecnologia, segurança, mobilidade e também aprofundar a parceria de 56 anos entre São Paulo e Osaka.
Geração de energia
Em sua última agenda oficial na China, na sexta-feira (25), o prefeito Ricardo Nunes conheceu a Fujie Environmental Tech, empresa líder em tecnologias de biometano e hidrogênio, encerrando a sua missão oficial à China. O objetivo principal da visita foi conhecer de perto as tecnologias inovadoras e mais avançadas no setor de biometano e hidrogênio, com o intuito de avaliar a viabilidade de aplicar essas práticas em São Paulo. Essa iniciativa busca aproveitar os resíduos da geração de energia para explorar novas formas de reaproveitamento e, ao conhecer a usina local, abrir portas para futuras parcerias estratégicas que impulsionem a produção de energia limpa na capital paulista.
Laços com Xangai
Na sexta-feira (25), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, fez uma visita oficial ao prefeito de Xangai, Gong Zheng, para estreitar as relações comerciais, intercâmbio de turismo e eventos culturais entre as duas cidades-irmãs. Durante o encontro, os prefeitos discutiram experiências no gerenciamento urbano, governança e segurança, além de compartilharem ações de resiliência climática.
Visita a Hikvision e Dahua
A missão também incluiu visitas a Hikvision e Dahua, duas das maiores empresas de tecnologia do mundo. Ambas são parceiras da Prefeitura no Smart Sampa, maior e mais moderno sistema de monitoramento da América Latina.
Carregamento de ônibus elétricos
O prefeito iniciou as tratativas de parceria com a Huawei, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, para implementar em São Paulo um sistema inovador para o carregamento de ônibus elétricos para reduzir a dependência da infraestrutura de carregamento utilizada atualmente. A Huawei desenvolveu formas de distribuição de energia e carregamento para veículos elétricos que tornaria o sistema menos dependente da concessionária que distribui energia elétrica e é responsável pela infraestrutura nas garagens com a ligação de rede de média e alta tensão.
Linha de crédito com Banco da China
Nunes fechou uma linha de crédito de US$ 100 milhões com o Banco da China para aquisição de mais ônibus elétricos para o sistema municipal de transporte e deu mais um o importante para a eletrificação da frota e redução de emissão de poluentes na atmosfera. Esse recurso será utilizado para financiar ônibus elétricos de empresas chinesas, que podem ser fabricados no Brasil. De acordo com o prefeito, a negociação é satisfatória porque a taxa de juros é bem menor do que a normalmente praticada no mercado, inclusive do que dos outros bancos internacionais e o parcelamento será feito em 10 anos.
“Cidades Inteligentes”
Em sua primeira agenda oficial na China, na quarta-feira (23), o prefeito Ricardo Nunes enfatizou a forte ligação e colaboração entre São Paulo e Xangai, cidades-irmãs desde 1988, durante sua participação no “Cidades Inteligentes: tecnologia e inovação, exemplo para o mundo”, no “Summit Valor Econômico Brazil-China”. O prefeito ressaltou os desafios urbanos compartilhados e o foco em soluções conjuntas nas áreas de sustentabilidade, áreas verdes, eletrificação da frota de transporte público, biometano e tecnologia, com destaque para o programa Smart Sampa.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Bom dia, sou Murilo piloto de testes…muito bom Brasil precisa crescer, esses ônibus 100% elétricos é show. Conheço bem à marca JAC MOTORS excelente ônibus. Não só ônibus como os carros, pra vcs verem Ricardo Nunes fez uma compra grande dos veículos da JAC MOTORS!!
Atr. Murilo da Silva.
Mesmo assim, insuficientes para repor o crônico envelhecimento da atual frota a diesel.
Se o Ricardo não revogar a sua bizarra proibição à compra de ônibus a diesel, e não itir que a descarbonização se dá por etapas, o caos na frota será certo e inevitável.
Seria interessante marcas chinesas pra diminuir um pouco o monopólio da Caio/Mercedes.
Bom dia, sou Mariana, especialista em ônibus e tratores. São Paulo está comprando 200 ônibus que vão durar no máximo 10 anos. Se não forem produzidos no Brasil, cada peça que precisar importar, vai elevar o custo demais. Ônibus chinês não resiste ao nosso asfalto esburacado. Uma pena comprar essas porcarias descartáveis. Se for verdade, vai ser a maior burrada da história de um prefeito.
Temos que valorizar as indústrias brasileiras na produção de ônibus elétrico , e não importar sendo que temos aqui no Brasil.
E essa tarifa zero nada essa prefeitura e sptrans não estão com nada só arriscando as vidas dos motoristas e cobradores.
O povinho .
Roubam o nosso dinheiro 💶💰 na cara dura e também acabam com os postos de trabalho. Aí o Zé povinho fica sem emprego.
Acordam antes que seja tarde!
O Brasil tem tecnologia pra fazer isso, e esse Zé povinho preocupado com monopólio e o emprego?
Sem emprego não tem ageiro para esses ônibus!