São Paulo consegue liberação de R$ 1,4 bilhão para ônibus elétricos nesta segunda (12) 58c11
Publicado em: 12 de maio de 2025 6r3i9

Dinheiro é internacional e empréstimo virá do BID. Meta agora é de 2,2 mil unidades (o que inclui GNV e biometano) até 2028, inferior à que não foi cumprida até 2024
ADAMO BAZANI
A prefeitura de São Paulo anunciou que nesta segunda-feira, 12 de maio de 2025, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) liberou um financiamento de R$ 1,4 bilhão (US$ 248,3 milhões) para a compra de ônibus elétricos.
O recebimento do dinheiro já estava previsto dentro das estimativas de R$ 6 bilhões em linhas de crédito obtidas pela prefeitura para a eletrificação da frota.
Diferentemente do último recurso obtido pela prefeitura há cerca de um mês junto ao governo da China, no valor de R$ 600 milhões e que atrelou a liberação do dinheiro à exigência de compra apenas de ônibus de marcas chinesas, como mostrou o Diário do Transporte, no caso do BID, não há restrições quanto a fabricantes.
A aplicação dos recursos do BID será da mesma forma como tem ocorrido com os financiamentos já concretizados. A prefeitura obtém o dinheiro, as viações compram os ônibus, as fabricantes entregam e após a gerenciadora dos transportes da istração municipal, SPTrans (São Paulo Transporte) verificar que há condições de operação é que o dinheiro é liberado para a empresa de ônibus, que só aí paga para os fabricantes.
Isso tem gerado críticas entre companhias operadoras e produtoras dos ônibus.
Recentemente, o Diário do Transporte mostrou que a Mercedes-Benz acusou um prejuízo de R$ 300 milhões por ter fabricado e entregue ônibus elétricos e não ter recebido.
O prefeito Ricardo Nunes disse que este modelo não vai mudar.
Em nota sobre os recursos liberados nesta segunda-feira, 12 de maio de 2025, a prefeitura de São Paulo reafirmou a promessa de que até o fim de 2028 serão implantados na cidade 2,2 mil ônibus menos poluentes, o que incluiu outros modelos, como biometano (gás obtido da decomposição de resíduos) e GNV (Gás Natural Veicular).
A meta é inferior aos 2,6 mil ônibus elétricos prometidos em 2021 até o fim de 2024. Atualmente, são apenas 527 ônibus elétricos a bateria de uma frota total de 13 mil coletivos municipais.
Como desde 17 de outubro de 2022, as viações não podem comprar modelos a óleo diesel 0 km, a frota atual envelhece e a SPTrans (São Paulo Transporte) aumentou de 10 anos para 13 anos a idade máxima permitida dos veículos, o que resulta em coletivos mais velhos, menos confortáveis (sem ar-condicionado, por exemplo) e que tendem a quebrar mais.
O principal motivo para o não cumprimento da meta, segundo a prefeitura e as viações, é que a distribuidora de energia ENEL não fez as ligações necessárias nas garagens e também não aumentou a rede de tensão dos bairros, elevando de baixa tensão para média ou alta tensão.
Em alguns casos, se 50 ônibus ou mais carregarem ao mesmo tempo, pode cair a energia dos bairros. Por causo disso, há cerca de 80 ônibus elétricos na cidade, parados sem poder operar.
Em nota, a chefe da Representação do BID no Brasil, Annette Killmer, disse que o financiamento de ônibus menos poluentes faz parte da política da instituição.
“É parte central da estratégia de apoio do BID para o Brasil impulsionar iniciativas como esta, que permitam avançar em questões ambientais e sociais. Um transporte público mais eficiente, pontual e limpo é também um importante vetor de combate às desigualdades, e é uma honra apoiar a Prefeitura de São Paulo nessa pauta”
Já o prefeito Ricardo Nunes destacou que, além dos benefícios ambientais, os ônibus elétricos vão trazer economia para a população quanto ao custeio dos transportes.
“Temos orgulho dos nossos avanços em sustentabilidade, com destaque para a preservação dos mananciais, parques e da qualidade do ar. Há vantagens econômicas dos ônibus elétricos a longo prazo, porque o custo de operação dos ônibus a diesel é de R$ 25 mil e, com o elétrico, a manutenção do veículo vai cair para R$ 5 mil. O ganho é de R$ 20 mil de economia por mês com cada ônibus. Teremos ganho ambiental, ganho na qualidade do transporte, tanto para o ageiro como para os operadores, motorista, cobrador, como também essa questão do ganho financeiro.” – disse Nunes.
Na nota, a istração municipal frisou também que, além do impacto positivo no meio ambiente, a eletrificação da frota também vai trazer maior conforto e qualidade de vida aos usuários do transporte público, motoristas e cobradores. Isso porque os veículos elétricos são silenciosos, possuem ar-condicionado, entradas USB e conexão de internet por Wi-Fi.
A Prefeitura de São Paulo tem realizado importantes ações no sentido da eletrificação da frota por meio de operações de crédito que superam os R$ 6 bilhões e fazem parte do maior programa de investimentos em ônibus elétricos do país. – finaliza.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Ainda mais ônibus à bateria, antes de resolver a questão da eletricidade?
Pelo jeito a frota paulistana vai zerar as emissões bem antes do tempo. Já que os ônibus à diesel vão desmontar de velhos, enquanto as garagens ficarão abarrotadas de ônibus elétricos parados por falta de eletricidade.
Ao menos São Paulo ganhará uma atração turística internacional, e ficará famosa no mundo inteiro. As nossas garagens de ônibus cor verde-abacate poderão ser vistas do espaço, 24 horas oor dia!
Pelo menos agora têm opções além da bateria.